segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Hipóteses de escrita

Ao invés da clássica pergunta:
Como se deve ensinar alguém a escrever?

Emilia Ferreiro e Ana Teberosky perguntaram:
Como alguém aprende a escrever?

Por acreditarem que a criança busca a aprendizagem na medida em que constrói o raciocínio lógico e que o processo evolutivo de aprender a ler e escrever passa por níveis que revelam as hipóteses formadas pela criança, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky definiram, em sua obra Psicogênese da língua escrita, cinco níveis:

- Hipótese pré – Silábica;
- Hipótese Silábica sem valor sonoro;
 - Hipótese Silábica com valor sonoro;
 - Hipótese Silábica Alfabética;
 - Hipótese Alfabética.


Hipótese Pré – Silábica

A criança:
- Não estabelece vinculo entre fala e escrita;
 - Demonstra intenção de escrever através de traçado linear;
 - Usa letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra;
- Tem leitura global, individual e instável do que escreve.


Observe exemplo de escrita Pré – silábica:



Hipótese silábico sem valor sonoro


A criança:
 - Começa a ter consciência de que existe relação entre pronuncia e a escrita;
 - Começa a desvincular a escrita das imagens e os números das letras;
 - Conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres;
 - Relaciona a escrita e a fala, para cada vez que pronuncia uma sílaba, ela escreve uma letra, porém essa letra (grafema) não tem relação com o som (fonema). Exemplo : XLH (cavalo);


Observe exemplo de escrita silábica sem valor sonoro:


Hipótese silábica com valor sonoro



A criança:
- Já supõe que a escrita representa a fala;
- Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
- Já supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba;
- A criança usa uam letra para cada vez que pronuncia uma sílaba, mas desta vez faz relação com o fonema (som). Exemplo :
CVL, CVO, AAO ou AVL (cavalo).


Observe exemplo de escrita silábica com valor sonoro:


Hipótese silábico alfabética


Esta é a hipótese intermediária em que a criança ora escreve silábicamente, ora alfabéticamente, ou seja, mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas. Exemplo: escreve SAPT – sapato.

A criança:
- Compreende que a escrita tem função social;
- Compreende o modo de construção do código da escrita;
- Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;

Segue exemplo de escrita silábica alfabética:



  Hipótese alfabética


A criança domina, enfim, o código escrito, distinguindo letras, sílabas, palavras e frases.
 - Compreende que a escrita tem função social;
- Compreende o modo de construção do código da escrita;
- Omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica;
- Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;
- Não é ortográfica e nem léxica.


Segue exemplo de escrita alfabética:







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11 comentários:

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